segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Grande Rota do Zêzere - dia 2

O dia começou com bom tempo e eu com vontade de fazer mais kms da Grande Rota. No entanto, as dificuldades começaram cedo, com a descida para a aldeia de Rabaçal a fazer-se ao longo de uma levada agrícola bem estreita.

Seguindo pela levada

O próximo objectivo a alcançar era o Penedo Furado, local que havia conhecido umas semanas atrás quando fiz 2 percursos pedestres de Vila de Rei: um que acaba lá e outro que começa. As descidas para lá chegar eram ingremes e pedregosas e como não tenho uma bicicleta de down-hill, desmontei e levei à mão, contudo sempre a travar e a evitar as crateras abertas pela chuva. Às 10H45 chegava a este afamado local de inegável beleza.

Chegada ao Penedo Furado
Sabia de antemão que não ia poder passar com os alforges montados, pois as passagens que construiram nas rochas com os gradeamentos de segurança são bastante estreitas. Alforges fora e lá avançámos à vez, ora a bicicleta, ora as bagagens. Também devido aos muitos lances de escadas se tornava imperioso que a bicicleta tivesse a menor carga possível.

Cascatas no Penedo Furado

Várias cascatas vertem as suas águas neste braço do Zêzere. Muita atenção onde pomos os pés. Estava sozinho na altura e queria que corresse tudo bem. Meia hora depois estava vencido o Penedo Furado, mas nem por isso montei logo, pois o trilho continuou por um carreiro estreito já a ser invadido por vegetação lateral.
A seguir a aldeia de Cabecinha tive um engano e andei 200m até chegar ao final de um caminho sem saída. Voltei atrás e lá estava a marca que me tinha escapado, bem escondida atrás dum arbusto.
Até chegar a Aveleira fui presenteado com uma magnífica estrada panorâmica sobre a albufeira de Castelo de Bode. É nestes troços que a vantagem de estar com a bike é mais notória. Pode-se papar 30km num par de horas.

Seguindo pela estrada marginal

Passei por várias conheiras que são depósitos de pedras resultantes da exploração do ouro nas ribeiras, desde o tempo dos Romanos. Vila de Rei é dos concelhos onde mais se encontram. Existe até uma Rota das Conheiras com início no Penedo Furado e final na aldeia de xisto de Água Formosa (ou vice-versa) .
A seguir à aldeia de Trutas, na descida para a ponte sobre uma ribeira que vem de Vila de Rei tive sensações magníficas com vistas de arrebatar. Fez-me lembrar de quando fiz o trilho dos aztecas na Serra da Freita, uns anos antes.


São achados como esta pequena ponte de presépio escondida num vale que me fazem querer conhecer cada vez mais o Portugal profundo. Outrora usada talvez por pastores, hoje com uso turístico apenas.

Ponte de conto de fadas

Durante o que me restou de claridade ainda deu para fazer mais uma estrada panorâmica marginal à albufeira. Tive oportunidade de admirar o Lago Azul e o barco São Cristóvão e o aldeamento das Varandas do Lago.

O Lago Azul e o barco São Cristóvão



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